Às vezes, quando nos apegamos demais, ou gostamos muito de uma ideia deixamos transparecer nosso lado otimista, e assim ignoramos ou não observamos aquilo que não nos agrada.

Nossa cultura, em linhas gerais, tem pouco apego à observação de fatores avessos ou negativos pois eles “dão azar” e simplesmente “secam” nossos projetos.

Ao mudarmos nossa forma de ver, fica fácil constatar que cuidar e tratar de fatores negativos nada mais significa que nos prevenimos contra danos e prejuízos futuros e embora nunca tenhamos a faculdade de eliminar todas as incertezas, agindo desta forma poderemos minimizar as eventuais surpresas.

Em termos práticos: após dimensionar, precificar e colocar no papel as variáveis de um novo projeto ou desafio buscar fazer o que chamo de BRAINSTORM NEGATIVO, ou seja, debruçar sobre o tema com a preocupação de ver o que pode dar errado. Após este exercício, efetuar as correções e ajustes necessários. Embora não seja mentalmente agradável, pois nosso inconsciente imagina geralmente que estamos tentando sabotar o projeto, na realidade essa simples medida visa economizar recursos e proteger iniciativas.

No início de 2012 uma rede de supermercados de porte médio decidiu investir em uma nova loja no interior de SP, entre a decisão de investimento e a efetiva aquisição do terreno para a construção passaram-se 2 anos. Porém antes de iniciar as obras aplicado o princípio acima, verificou-se que uma rede de porte muito maior havia iniciado um empreendimento nas proximidades do local, assim após acaloradas discussões do conselho diretor o local foi aproveitado para outra atividade, criação de uma loja de produtos para pets, o que diversificou as atividades do grupo e evitou a grande probabilidade de um prejuízo operacional futuro.