Proteção é a palavra… Desde nosso nascimento e durante toda nossa vida buscamos por ela, de forma mais explícita ou não; a verdade é que quanto mais protegidos, mais nos sentimos seguros, amparados e confortáveis.

Nossas empresas, não importando o setor ou área, também buscam constantemente formas de proteção e adaptação, aqui sutilmente chamadas de blindagem. Para falar um pouco sobre o tema, valem algumas observações: os exemplos que serão apresentados aqui funcionaram em alguma medida como forma de blindar e ofertar novos caminhos e possibilidades às empresas que passaram pelos processos, mas é importante deixar claro que precisamos ir além da definição habitual; a blindagem que relato aqui é um pouco diferente.

O grande risco de uma blindagem convencional é o de nos dar a sensação de proteção ao mesmo tempo em que nos “descola” do ambiente externo. Isso faz com que, com pouco tempo, tenhamos dificuldade ou até despreocupação para entender as alterações do ambiente. É exatamente nesses momentos que a “tartaruga fica de casco para cima”… Por tanta proteção e segurança aparentes, o animal ficou em uma situação totalmente vulnerável e acabou virando sopa, como nos conta a história tradicional.

Nossa visão de blindagem aqui é colhida de experiências e observações em empresas de diversas áreas, embora tenha um ponto em comum: as blindagens funcionam mais como um vidro, protegem e ao mesmo tempo não deixam invisíveis as mudanças e alterações do ambiente externo.
Não são receitas prontas, mas elementos que em algum momento funcionaram e devido à sua simplicidade e, claro, também à sua efetividade efetividade, estão aqui para análises e futuras melhorias.
Boa leitura.
Se meu cliente muda, tenho de mudar! E de preferência, antes dele:

O sucesso é excelente, contudo gera acomodação. Geralmente quando nossos clientes estão satisfeitos, nosso fluxo de caixa está confortável, não conseguimos observar grandes obstáculos e desafios. Nesses momentos é preciso lembrar: algo está errado. É apenas você que não está enxergando.

Em reuniões de diretoria de uma empresa do setor de alimentos, após as discussões, relatórios e análises de perspectivas externas (que pelas características dos produtos em linhas gerais sempre tem resultados positivos), vem sempre a pergunta por parte dos gestores: o que pode dar errado? Com base nessa construção, começa-se a analisar o cliente, o futuro cliente, o que pode ser pensado para evitar a sua saída, o que ele deseja e, claro, o que ele não sabe que deseja, mas vai desejar.

Mais do que um exercício leve de pesquisa e desenvolvimento, esse processo levou os gestores a um hábito, não de pessimismo, mas de conseguir analisar uma questão sob todos os ângulos possíveis. E o que é melhor: com o passar do tempo, este hábito foi para as gerências e setores, criando assim uma cultura de crítica e contestação na qual sempre se lembra: melhor errar em casa que no mercado.
Fazer mais com o mesmo:

A foto de um bebezão chorão era dada na mão de cada diretor de uma empresa que durante uma reunião começava seu discurso dizendo “o que não tinha” ou o que “faltava”. Gargalhadas ou constrangimentos à parte, servia para mostrar um comportamento cerebral bastante comum para a maioria de nós: concentrar a tábua de salvação nos elementos ausentes. Quer ver se não é verdade? Se existisse uma academia próxima, eu faria exercícios; se o número de concorrentes fosse menor, as vendas seriam mais fáceis; me faltam ferramentas; não tenho todos os elementos. E por aí vai.

O fato é que o bebezão rodou e rodou na mesa até que fosse adotado o comportamento de se pensar em: o que posso fazer ou potencializar com o que eu tenho; quais são as minhas reais potencialidades; o que tenho que está subutilizado ou pode ser aproveitado de maneira mais eficiente?

Pensado em questões assim, os modelos mentais passaram do problema para o foco em solução. Obviamente nem todas as perguntas foram respondidas, mas a média de satisfação aumentou bastante e, por via das dúvidas, a foto do bebezão permanece de prontidão para evitar recaídas…

Espero que as provocações tenham somado…
Sucesso e Prosperidade.